O baile da Borboleta
Ponham
os chapéus, já chama o clarim
Para
o baile da Borboleta e um grande festim,
A
Mosca do Gado vira-se para aqui,
E
os foliões só esperam por ti.
Entre
a erva rasa, junto ao arvoredo,
Debaixo
de um carvalho muito velho,
Os
filhos da terra e as criaturas do ar
Num
divertimento se vêm juntar.
O
Escaravelho cego e velho lá vem,
Traz
às cavalitas a Formiga também.
Vêm
Libelinha, Mosquito e toda a parentela,
De
cor variada, azul, verde e amarela.
Lá
vinha a Traça de pêlo tamanho
E
também o Vespão amarelo e castanho;
Com
ele trazia a Vespa pela mão
Mas
ambos juraram pôr de lado o ferrão.
O
esperto Ratinho veio numa carreira
Trazendo
para a festa a cegueta Toupeira.
Veio
o Caracol de pauzinhos pra fora
A
quem andar um metro tanto demora.
Sobre
um cogumelo, a mesa estava posta:
A
toalha era uma folha com aquilo de que se gosta;
Coisas
boas e variadas para apreciar,
E
a Abelha trouxe do seu mel pra adoçar.
Com
passos majestosos sempre a avançar,
Prometeu
o Caracol um minuete dançar;
Mas
tão alto riram dele que fugiu
Para
o seu pequeno quarto, e lá dormiu.
Quando
em sombras da noite a tarde acabou
O
guarda Pirilampo sua luz mostrou.
Vamos
lá embora, andemos ligeirinhos,
Que
não há nenhum guarda nos nossos caminhos.
Livro
"O meu primeiro livro de versos", Maria José Marques, Edições Asa
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