A bola e os seus amigos
Veio uma
bola pelo ar
que se
pôs a saltitar
por cima
deste papel.
Quem foi
que lhe deu licença?
Houve um
menino que a viu
e que
correu a apanhá-la
ela
então parou - fugir não fugiu
- e
ficou à espera que o menino
com ela
brincasse.
- Deixas
que eu salte ao eixo?
- Pois
decerto que deixo.
- E
posso deitar-me sobre ti?
Não me
empurras? Não me foges?
- Podes
sim.
Sou bola
boa. Redonda.
Não
tenhas medo de mim.
Nisto,
chegou-se uma menina
que
perguntou:
- Esta
bola é tua?
- Não
sei! - respondeu o menino. - Pergunta-lhe a ela.
Falou
então a bola:
- Sou
vossa, de vocês dois, mas não me partam ao meio.
Era um
perigo pois deixava de ser bola.
Brinquem,
brinquem comigo. Não sirvo para outra coisa.
Mão de
menino que em mim poisa
é mão de
amigo.
Quantas
mais mãos, mais amigos;
e eu,
então, embora não pareça,
fico tão
cheia de ar, de alegria,
que
perco a cabeça.
Vieram
mais meninos,
e a bola
voou do chão,
andou de
mão em mão
- é
minha, é tua agora! -
saltou,
correu, voltejou
e voou
desta página para fora.
António
Torrado
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