Parábola
do bom médico
Capítulo Juryo do Sutra de Lótus
Em determinada época vivia um médico, excelente
no preparo de receitas de remédios. Ele tinha cerca de 100 filhos. Enquanto
esteve fora de casa, numa viagem a um distante país, todos os seus filhos
beberam veneno por engano, debatendo-se de dor e caindo ao chão à medida que o
veneno penetrava em seus corpos.
Ao retornar para casa, o médico encontrou seus
amados filhos em agonia por toda a casa e ficou muito chocado e triste. Alguns
dos que tomaram o veneno perderam completamente a razão, enquanto outros,
ainda, estavam conscientes.
Todas aquelas crianças, ao verem seu pai,
ficaram contentes e correram ao seu encontro, lhe implorando: "Pai!
Estamos muito felizes de encontrá-lo em boa saúde. Nós tomamos veneno por
engano, por causa de nossa ignorância. Por favor, nos salve e nos dê
forças."
Imediatamente, o médico juntou muitas ervas
medicinais de bom sabor, bom cheiro e linda cor receitando-as de várias
maneiras como um maravilhoso remédio a suas crianças enfermas. Aqueles que
ainda não haviam perdido a razão tomaram imediatamente o remédio e escaparam
das dores agudas e sofrimentos. Os que não mais faziam uso da razão não tomaram
o remédio apesar das recomendações do bom médico.
O pai ficou muito triste e decidiu usar um
último recurso para convencer seus filhos a se curarem. Ele disse: "Eu vou
morrer de velhice. Antes de começar a minha jornada, deixarei este remédio bom
com vocês. Se vocês tiverem problemas, tomem-no." E saiu de casa
dirigindo-se a outro país. Lá chegando, enviou um mensageiro à sua casa, que
disse a seus filhos: "Infelizmente seu pai faleceu."
"Agora ninguém cuidará de nós com
misericórdia e bondade", exclamaram os filhos diante da notícia,
finalmente decidindo tomar o remédio. Logo se recuperaram completamente e o pai
ciente de que isso aconteceria retornou para casa encontrando seus filhos
felizes.
Nesta famosa parábola, o remédio maravilhoso
com bom sabor, linda cor e bom cheiro simboliza a oração Nam myoho rengue Kyo
ensinada pelo bom médico, que é o Buda, e o veneno indica as religiões
desencaminhadoras (que deixam as pessoas iludidas e desorientadas).
(extraída da Revista TC de abril/76)
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