Conto
Chinês
No
período da Guerra dos Estados, o Reino de Shan-Yung invadiu o Reino de Yen.
Por
ser amigo do Rei de Yen, o Príncipe de Chi mandou suas tropas para ajudar o
Reino de Yen e salvar o povo da derrota. Com a junção das forças de Yen e Chi,
o exército de Shan-Yung foi derrotado. Mas o Rei de Shan-Yung estava
determinado a vencer aquela guerra. Ele pediu reforços de seu aliado, o Reino
de Ku-Chu, para que pudesse se vingar, e recebeu os reforços. Mas os soldados
de Ku-Chu também foram derrotados pela defesa de Yen e Chi.
Assim,
o Rei de Ku-Chu nomeou Huang-Hua seu general e ordenou que fosse ao estado de
Chi e oferecer a captura do Rei de Ku-Chu. O Príncipe de Chi ficou lisongeado
com tal gesto e permitiu que seus soldados saíssem sob o comando do general
Huang-Hua.
Então
o general levou as tropas ao deserto de Han-hai, onde não havia vegetação
alguma, não havia água ou uma criatura viva sequer. E, para piorar a situação,
eles estavam no pico do inverno. Os soldados estavam fracos e gravemente
debilitados pelo frio, e quando o Príncipe de Chi percebeu que algo estava
errado, o general Huang-Huan desapareceu. Era noite, e decidiu planejar a
próxima estratégia pela manhã.
Ao
amanhecer, muitos soldados haviam morrido congelados durante a noite. Os que
restaram perceberam que logo morreriam de frio ou de fome. As formas do deserto
mudavam com o vento e não havia como encontrar o caminho de volta, já que
nenhum deles havia estado ali antes.
Entre
eles estava o primeiro ministro Kuan-chung, que lembrou-lhes do fato de que os
cavalos são os animais que possuem a melhor memória dos caminhos por eles já
percorridos. Nesta habilidade, dizia-se que eles ultrapassavam a mente humana
muitas vezes.
Sem
qualquer outra alternativa, o Príncipe de Chi concordou em deixar que os
cavalos os levassem de volta. Soltaram as rédeas de todos os cavalos, e eles,
como dito por Kuan-chung, guiaram as tropas de volta ao reino em segurança.
Ao
chegar de volta ao reino, o Príncipe de Chi honrou o mais velho de todos os
cavalos, que guiou a viagem, dizendo:
- Aprendemos com esse evento que até o mais
velho e fraco dos animais possui suas virtudes e sua força. A virtude do cavalo
está no fato de que não importa onde ele estiver ou até onde ele viajar, ele
sempre se lembrará de onde veio e por quais caminhos trilhou. Por mais longe
que este vá, ele sempre saberá quando e por onde voltar.
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