A Princesa Pele de Burro
Que desespero para o rei!
A rainha acaba de morrer. Jamais encontrará uma esposa
mais bela, sensata e bondosa.
“A não ser... É isso mesmo! Vou casar com a minha
enteada, a filha da rainha. É tão bela e bondosa como a mãe.” – pensa o rei e
nem se lembra de perguntar a opinião da jovem.
Decidido a casar com a enteada, ofereceu-lhe a pele de
burro com os escudos, o símbolo da riqueza do país.
Mas a jovem não quer casar com o seu padrasto e decide
fugir disfarçada com a pele de burro.
Para a Pele de Burro, como agora lhe chamam, a vida é
muito dura fora do castelo.
Só lhe dão os trabalhos mais sujos e pesados!
À noite, fechada no quarto, ela arranja-se com as suas
roupas de princesa. Um dia, um jovem príncipe que por ali passa, vê a menina e
fica espantado com a sua beleza.
Só que quando a vai encontrar no dia seguinte, nem lhe
passa pela cabeça que ela possa ser a jovem com a pele de burro.
Um dia a jovem estava a fazer um bolo para o castelo
do príncipe e não repara que um dos seus anéis cai dentro da massa.
É o príncipe que descobre a jóia e logo pensa que pode
ser da princesa misteriosa.
- Minha mãe, - diz o jovem príncipe- preciso de saber
a quem pertence este anel!
E assim, todas as meninas do reino têm de experimentar
o anel.
Parece impossível, mas o precioso anel só cabe nos
dedos de Pele de Burro.
Está desvendado o mistério! A jovem princesa já pode
mostrar quem é, pois encontrou o seu amado.
Que felicidade para os noivos!
Charles Perrault
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