Chapéu de palha
Havia um chapéu de palha muito bonito, que era muito
amigo do seu dono - o Teófilo.
Num certo dia, lá por alturas da Primavera, Teófilo
resolveu ir jogar à bola com os seus amigos, num terreno que havia lá no
bairro, perto de sua casa. Teófilo vestiu o seu bonito equipamento de jogador
de futebol, oferecido pela sua tia Elisa, no dia do seu aniversário.
Quando estava a fechar a porta para ir ter com os
seus amiguinhos, ouviu uma voz que dizia:
- Teófilo, leva-me contigo, sabes que sou teu amigo!
O rapaz pensou e respondeu:
- Ó chapéu, tem paciência, mas hoje não podes ir
comigo. Fica descansado que, noutra altura, levar-te-ei.
Bateu a porta e seguiu a sua vida. O chapéu, muito
triste, pensou:
- Aquele malandro podia ter-me levado consigo. Deus
queira que não venha a arrepender-se, pois, com o sol que está, é bem provável
que apanhe uma grande constipação. E a mim até me dava um certo jeito ir
apanhar um pouco de sol. Há meses que daqui não saio. Tem estado sempre a
chover e a malta cá da casa não me tem ligado nenhuma. Enfim, triste vida a de
um chapéu de palha!
Não tardou a menina Marta chegar à porta e dizer:
- Vou dar um passeio pelo bairro, mas vou levar
comigo o chapéu de palha do Teófilo.
Quando ouvi isto, até os olhos se me arregalaram.
Fiquei contente e feliz por ir à rua apanhar aquele bonito sol.
Marta colocou-me na cabeça e lá fui eu, feliz da
vida. Passámos no terreno onde o Teófilo e os amigos se divertiam, jogando à
bola.
Curioso, reparei que o Teófilo estava vermelho que
nem um tomate.
- Cá p'ra mim, aquele rapaz está a arranjá-la
bonita!
E assim foi. No dia seguinte, o Teófilo estava cheio
de febre e com muita tosse, enquanto a Marta estava feliz e cheia de saúde.
É muito perigoso apanhar o sol forte, directamente
na cabaça. É por isso que existem os chapéus de palha.
Livro "Histórias com Música 1 ", Rogério
Duarte, ilustrações de Adelino Barroso, Gailivro.
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