A Sopa de Pedra
Era uma vez um viajante que andava
de país em país, de terra em terra. Um dia quando estava de passagem por uma
pequena aldeia reparou que a sua comida tinha acabado, e já estava a ficar com
muita fome.
Foi andando de um lado para o outro a pensar numa
forma de arranjar comida. Tinha muita vergonha de ir pedir, mas parecia que
daquela vez não tinha outra hipótese.
Enquanto ia andando deu um pontapé numa pequena
pedra que estava no chão, era uma pedra muito lisa e bonita, foi então que teve
uma ideia de conseguir almoçar sem sentir tanta vergonha.
Bateu à porta de uma casa, que parecia ser de um
grande agricultor da região.
Quando o dono da casa abriu a porta o viajante disse-lhe:
– Bom dia senhor, eu sou viajante e
trago comigo uma pedra mágica capaz de fazer a melhor sopa do mundo, quer
provar?
Ao dizer isto retirou do bolso uma pedra muito lisa
e redonda. Era parecida com outras que o agricultor conhecia,
mas como gostava muito de sopa decidiu aceitar provar a tal melhor sopa do
mundo.
O viajante entrou e pediu uma
panela grande com água e um pouco de sal, colocaram a panela ao lume e a pedra
lá dentro. Quando a água começou a ferver o viajante provou e
disse:
– Está quase pronta, mas ficava ainda melhor se lhe
pusermos umas batatas.
– Oh homem! Não seja por isso, eu sou um grande agricultor desta
região, batatas é coisa que não me falta.
– Obrigado, assim a sopa vai ficar muito melhor.
Passado mais algum tempo voltou a provar.
– Está quase, mas ficava ainda melhor se lhe
pusermos umas cenouras.
O agricultor lá foi buscar as
melhores cenouras que tinha em casa.
Após provar várias vezes o viajante foi
pedindo outros vegetais, couve, cebola, feijão, entre outros. Quando a sopa já
estava rica em vegetais, oviajante disse:
– Caro amigo, a sopa está a ficar uma delícia.
O agricultor mal podia esperar para
provar a sopa, que é uma coisa que ele adora.
O viajante após provar mais uma vez
pediu:
– Oh amigo esta sopa ficava ainda melhor se lhe
pusermos um pouco de carne de porco, tem ai alguma coisa? Chouriço, por
exemplo.
– Mau, mau, já lhe disse que sou agricultor,
coisas dessas não faltam cá em casa.
Mais uma vez foram colocando algumas carnes na sopa.
Provou mais uma vez e disse com um grande sorriso:
– Está pronta!!!
– Já não era sem tempo, vamos lá provar essa sopa.
O viajante serviu a sopa para os
dois.
Depois de a provar, o agricultor exclamou:
– Tinha razão, é mesmo a melhor sopa que já comi até
hoje, essa sua pedra é realmente mágica. Não ma quer vender?
– Não está à venda, é muito valiosa para mim, foi-me
oferecida por um mago de um país distante.
– Muito bem, obrigado na mesma por me ter deixado provar
esta sopa.
– Obrigado eu.
Despediram-se e o viajante continuou
a sua viagem por outras terras, utilizou várias vezes a sua pedra mágica e
assim conseguiu comer sem ter vergonha de pedir e foi desta forma que a receita
da sopa de pedra foi passando de terra em terra e hoje ainda a podemos provar
em vários locais, com diferentes receitas.
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